A história do mod de PlayStation 2 que redefiniu nossa relação com o futebol nos anos 2000. Existem várias versões sobre sua origem, a mais conhecida e propagada é a do Alan Jeferson, porém existe várias outras histórias que foram ocultadas, grandes equipes que contribuiriam pra o desenvolvimento de vários patchs, para não ser injusto vou contar a história adaptando alguns trechos. Em breve irei postar um vídeo sobre esse assunto.
“100% atualizado, é ruim de aturar. Bomba Patch virou moda todo mundo quer jogar”. No auge do PlayStation 2, esse som era onipresente. Não tinha competição: o Bomba Patch era maior que FIFA e Winning Eleven. O mod de futebol, inicialmente baseado no Winning Eleven 10, conseguiu juntar a paixão pelo esporte com os games do jeito mais brasileiro possível.
Não foi só a inclusão dos times nacionais que fez o patch ser sucesso. Antes das empresas estrangeiras investirem no país, esses mods semi-amadores já tinham o elenco, o estádio, as bandeiras e até os gritos das torcidas. A narração vinha das mesmas vozes da televisão e a trilha sonora trocava o indie britânico por funk e canções do poeta Chorão. Nem os glitches frequentes e os "stats" questionáveis que igualavam os jogadores do Brasileirão aos ídolos europeus abalavam essa identificação. A disponibilidade também era um fator importante, se não o mais influente nessa popularidade. Se o preço dos games oficiais equivaliam a boa parte de um salário mínimo, o Bomba Patch estava disponível por valores módicos em quase todo camelô do país.
Pela própria questão da pirataria, é difícil quantificar em números o sucesso do patch, mas não é uma estimativa irreal dizer que é o jogo não-oficial brasileiro mais bem sucedido. Ainda assim, o game é relegado a uma espécie de informalidade, um lado B da história dos games.
O Bomba Patch começou no ano de 2007, como rolava em todo o país, a molecada do bairro se organizou em um torneio de Winning Eleven 10, mais especificamente o mod Brazukas, o mais popular do período. O torneio de 20 times durava 7 meses e tinha uma estrutura bem complexa, com rodadas aos finais de semana e até uma segunda divisão e copa paralelas.
Com a demora nas atualizações do Brazukas, o pessoal aprendeu a criar o próprio patch para “saciar a vontade da galera que participava do torneio”. O nome escolhido foi Bomba Patch, em homenagem a Copa Bomba. A Bomba do nome não se refere a nenhuma forma de explosivos, mas a uma mistura de farinha com iogurte e achocolatado que o público tacava no vencedor do campeonato durante a comemoração.
As atualizações do Bomba Patch rolavam semanalmente e eram disponibilizadas em locadoras. Conforme a galera comprava o game, logo se espalhava pela cidade e chegando até em quem não participava do campeonato. Em pouco tempo, o jogo começou a aparecer nos camelôs, lojas de games e sites para download.
O boom do futebol no console começa em 2006 com o lançamento do Winning Eleven 10 (ou PES 6), game que contava com uma melhora mecânica em relação aos antecessores. No mesmo ano, começam as primeiras versões do Brazukas, cuja popularidade atrela ao capricho nos vídeos de entrada e na trilha sonora.
A partir de 2007 foi a vez do Bomba Patch fazer sucesso, com o lema do “100% atualizado” e a ampla disponibilidade em feirinhas e camelôs. “Jogar com os primos, amigos, os colegas da escola, foi um rebuliço no futebol de PlayStation 2”.
A partir daí, surgiram várias equipes, que começaram a apreender e disponibilizar gratuitamente suas edições, com o surgimentos de diversos blogs e comunidades, foram criados vários patchs criadas por fãs do Bomba Patch que ao longo do tempo foram parando de editar, mais foram deixando tutorias e vários arquivos como estádios, narrações para que os próximos editores pudessem criar o seu próprio pacth baseando-se em outros jogos.
Se as últimas versões de FIFA e PES pro PlayStation 2 saíram em 2013, marcando o fim comercial da plataforma, o Bomba Patch continua recebendo novas edições. O PlayStation 2 continua sendo o carro-chefe do Bomba Patch, mas o game atualmente conta com versões para outras plataformas: Xbox 360, baseada no PES 2013; PSP, que acaba sendo a de Android também por meio dos emuladores; e PlayStation 3 e 4, via pendrive, corrigindo o conteúdo não licenciado dos games oficiais.
Com 19 anos desde seu lançamento e fora de produção há pelo menos seis, o PS2 poderia estar no fim de sua vida. estima-se que 90% das equipes dos patches nostálgicos se aposentaram, mas há um interesse renovado nos últimos anos. Entre as equipes recentes que disponibilizam patches onlines.
Matéria adaptado do site: https://www.vice.com
1 Comentários
Ótima história amigo ..parabéns pelo blog
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